terça-feira, 20 de julho de 2010

IMORTALIDADE


Graça e Paz!
O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Hebreus 5:7



Alguns séculos antes de nosso Mestre Jesus Cristo ter estado aqui entre nós, viveu em Atenas, um grande filósofo chamado Sócrates.

A sua filosofia não era uma teoria especulativa, mas a própria vida que ele vivia.
Aos setenta e tal anos foi Sócrates condenado à morte, muito embora estivesse inocente.
Enquanto aguardava na cadeia o dia da execução, os seus amigos e discípulos moviam todos os esforços para o preservar da morte.
O condenado, porém não moveu um dedo para esse fim; com perfeita tranquilidade e paz de espírito aguardou o dia em que ia beber o veneno mortífero.

Na véspera da execução, os seus amigos conseguiram subornar o carcereiro (desde daquela época já existia essa prática...), que abriu a porta da prisão.

Críton, o mais ardente dos discípulos de Sócrates, entrou na cadeia e disse ao mestre:

- Foge depressa, Sócrates!

- Fugir, por quê? - Perguntou o preso.

- Ora, não sabes que amanhã te vão matar?

- Matar-me? A mim? Ninguém me pode matar!

- Sim, amanhã terás de beber a taça de veneno mortal - insistiu Críton.

- Vamos, mestre, foge depressa para escapares à morte!

- Meu caro amigo Críton - respondeu o condenado - que mau filósofo és tu! Pensar que um pouco de veneno possa dar cabo de mim ...

Depois, puxando com os dedos a pele da mão, Sócrates perguntou:

- Críton, achas que isto aqui é Sócrates?

E, batendo com o punho nos ossos do crânio, acrescentou:

- Achas que isto aqui é Sócrates?... Pois é isto que eles vão matar, este invólucro material; mas não a mim. EU SOU A MINHA ALMA. Ninguém pode matar a MINHA ALMA! ...

E ficou sentado na cadeia, de porta aberta, enquanto Críton se retirava, chorando, sem compreender o que ele considerava teimosia ou estranho idealismo.

No dia seguinte, quando o sentenciado já bebera o veneno mortal e o seu corpo ia perdendo aos poucos a sensibilidade, Críton perguntou-lhe, entre soluços:

- Sócrates, onde queres que te enterremos?

Ao que o filósofo, semiconsciente, murmurou:

- Já te disse, amigo, ninguém pode enterrar Sócrates ... Quanto a esse invólucro, enterrai-o onde quiserdes. Não sou eu... EU SOU A MINHA ALMA...

E assim expirou esse homem, que tinha descoberto o segredo da FELICIDADE, que nem a morte lhe pôde roubar.

Porque CONHECIA-SE A SI MESMO, O SEU VERDADEIRO EU DIVINO. ETERNO. IMORTAL..."
Assim somos nós, seres IMORTAIS, pois somos
ALMA,

LUZ,

DIVINOS,

ETERNOS...

Por isso NÃO TEMAS, nem azar, senilidade ou doença te matará, porque nós só morremos, quando somos simplesmente ESQUECIDOS...

Nada, mesmo nada, nem mesmo a morte pode trazer o esquecimento até mim.
Deus Abençoe a todos nesta hora e sempre.


quinta-feira, 8 de julho de 2010

DÚVIDAS

Salmo 139 - 23 e 24: "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno."



Não é meu hábito escrever por aqui sobre problemas concretos da minha vida, muito menos deles dar detalhe, por isso só eu e o Mestre sabemos exactamente de que estou a precisar, mas abro uma excepção para dizer que vivo um momento de dúvida. Não, não estou assustado, sou Cristão, aprendi a sentir beleza em não saber onde vou chegar e em não ter certeza do tempo certo para as decisões que tenho que tomar na minha vida. Aprendi também que Deus não se satisfez apenas com nossa existência. Ele quis também que vivêssemos, nos deu livre arbítrio e por isso mesmo Ele permite a existência de dúvidas e incertezas na nossa jornada. De contrário, a vida não seria vivida, mas cumprida, como que seguindo um regulamento, coisa previsível, onde não haveria espaço para a surpresa e subsequentemente para as lágrimas, sorrisos, dor e alegria. Também acho que se Ele me permitisse saber, de antemão, tudo aquilo que me vai acontecer, eu teria simplesmente existido e passado pela vida sem ter vivido, porque viver é experimentar, é vivenciar, é conhecer, é sentir, é sofrer, é suportar, é rir e chorar, é errar, é aprender, é crescer e amadurecer, é surpreender e surpreender-se, é descobrir os outros e descobrir-se. Viver é estar convicto da existência de um elemento novo, ainda que desconhecido, prestes a fazer com que o nosso coração possa bater mais forte, seja de alegria, seja de tristeza. Viver é saber que o amor e a dor podem até passar, mas o coração continua. Viver é continuar seguindo em frente mesmo sem ter certeza de onde se vai chegar e muito embora com a perfeita consciência do que acima escrevi, aqui reside a minha dúvida.



E então, não conheces a tua bússola? Conheço, mas tenho dúvidas se estou no caminho certo.

Tu Senhor és o meu Norte, mostra-me a direcção, porque sem ti tudo é igual, não existe leme, o caminho torna-se descaminho e a verdade, mentira. As tuas promessas demoram-se. Ajuda-me a não deixar de ver beleza na dúvida e que esta não seja nunca transformada em ingratidão, murmúrio e falta de fé.



Para cada escolha uma renúncia... sempre temos que abrir mão de algo que gostamos para aproveitar outras. Ajudem-me a pensar neste momento porque queria muito acertar.



Deus abençoe a todos.